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sexta-feira, 27 de abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Quem foi Jacques Lacan? Por Jorge Forbes



Quem foi Lacan?"
Entrevista com Jorge Forbes

REPORTAGEM: "Medicalização de crianças transforma modo de ser em doença"

Medicalização de crianças transforma modo de ser em doença*

Por Edimilson Montalti

Doenças inventadas
"O Brasil vive uma epidemia de diagnóstico de transtorno de déficit de atenção, hiperatividade, transtorno de oposição desafiadora, depressão, dislexia e autismo em crianças e adolescentes.
Entre 5% e 17% de crianças encaminhadas para serviços de especialidades médicas recebem uma receita com medicações extremamente perigosas, como psicoestimulantes, antidepressivos e antipsicóticos.
O remédio tomou conta do processo de educação e atribuiu ao organismo da criança a responsabilidade pelo aprendizado.
Foi isto o que mais de 1.200 profissionais da área da saúde e educadores ouviram em duas sessões realizadas no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Medicalização do modo de ser
Segundo o pediatra Ricardo Caraffa, as crianças acabam sendo diagnosticadas muito rapidamente e de forma errônea sem receber nenhum outro tipo de atenção e análise.
Num esforço de reverter esse quadro, foi realizado em São Paulo, no mês de novembro, um fórum sobre o tema.
Cerca de 450 participantes de 27 entidades assinaram um manifesto no qual afirmam que a aprendizagem e os modos de ser e agir têm sido alvos da medicalização, transformando as crianças em consumidores de tratamentos, medicamentos e terapias.
"A venda de medicamentos à base de metilfenidato aumentou 1.000 por cento nos últimos anos. São dois milhões de caixas por ano. Esse número é muito expressivo", explicou Caraffa.
Diferenças pessoais, não doenças
Para a pediatra, professora e pesquisadora da Unicamp, Maria Aparecida Affonso Moysés, existem doenças e problemas de saúde que podem interferir com o desenvolvimento cognitivo e afetivo das pessoas.
Existem pessoas que aprendem com mais facilidade que outras e existem pessoas tranquilas, calmas, apáticas, agitadas, empolgadas e mais agressivas.
E entre os extremos há infinitas possibilidades.
Ainda segundo Moysés, existem diferentes modos de aprender e lidar com que já foi aprendido e cada um estabelece os seus próprios processos cognitivos e mentais para aprender.
"Cada ser humano é diferente do outro. Quais são as evidências científicas que comprovam que doenças biológicas e psiquiatras comprometem exclusivamente a aprendizagem?", questionou a pesquisadora que desenvolve um trabalho juntamente com Cecília Colares, da Faculdade de Educação, sobre déficit de atenção.
Retrocesso
Para a psicóloga da USP Marilene Proença Souza, a criança brinca, faz birra, chora e tenta impor sua vontade.
Mas, hoje em dia, quando ela corre um pouco mais é dita como hiperativa, se fala muito é rotulada de desatenta, e se troca letras no processo de alfabetização - o que é esperado - dizem que ela tem dislexia.
Segundo Marilene, ao diagnosticar a criança com algum distúrbio, a sociedade está deixando de considerar todo o processo de escolarização que produz o não-aprender e o não-comportar-se em sala de aula.
"Do ponto de vista da psicologia da educação, estamos vivendo um retrocesso. Estamos culpando a criança por não aprender e medicando-a. O remédio não pode ocupar o lugar da escola e da família. Se assim for, estamos invertendo valores do campo da saúde, da educação e da psicologia com relação ao desenvolvimento infantil e deixando de usar todos os instrumentos pedagógicos no início do processo de alfabetização", disse Marilene."

* Texto extraído do DIÁRIO DA SAÚDE - Link: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=medicalizacao-criancas&id=6612#.T4c9hbAr5x8.facebook

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Texto: "Fragmento não-todo" - Por Sérgio de Campos

Fragmento não-todo*

Por Sérgio de Campos


No que tange ao gozo feminino, é possível afirmar que nele há algo de extravio por não seguir a lógica fálica. Esse extravio é resultado de um gozo nãotodo que se revela para ambos, homem e mulher, como opaco, difuso e enigmático. Não obstante senti-lo, a mulher pouco ou nada pode esclarecer sobre ele. Não há nada nele de transmissível ou compartilhável. Esse gozo está relacionado exclusivamente ao amor. Porém, por ser difuso e sem limites, não tem necessariamente conexão com o ato sexual, já que ele está contido de maneira variada nas diversas modalidades de gozo na mulher.

Com uma mulher, o homem ou se prepara para cantar o amor ou a guerra. Com efeito, a guerra que a mulher evoca não é fruto da inveja do pênis ou do desejo insatisfeito, mas porque ela é a hora da verdade do homem. Portanto, ele prefere enfrentar qualquer inimigo a uma mulher como suporte dessa verdade. Os mais prudentes aconselham que não deva brigar com gente que usa saia: padre, juiz e mulher. Se o poder dos dois primeiros é oriundo das insígnias fálicas, o poder da mulher emana do gozo nãotodo. Esse gozo louco, escandaloso, sem referências simbólicas que pudessem capturá-lo ou circunscrevê-lo, é algo que amedronta os homens e torna alguns precavidos, sinal do desejo advertido ou do desejo impedido na neurose obsessiva. Las mujeres alteradas dos quadrinhos de Maitena, cartunista argentina, é uma tentativa de ilustrar o desvario do gozo feminino e o consequente temor que afeta os homens.

Ademais, diante dos impasses com o feminino, tendo levado sua análise a termo, o sujeito desvenda que o novo amor não é um novo objeto de amor, mas, sim, uma nova maneira de amar. Uma nova maneira de amar que inclui o enigma do impossível de compreender uma mulher como mote do desejo, pois a mulher é como a lua: hoje clara, amanhã escura. Com efeito, o enigma se torna a condição de desejo, objeto a, de "minha mulher" como "fulana". Essa descoberta articula o amor e o desejo que, a partir de então, são denominados de amoresejo, a liebe do sujeito. Liebe, palavra alemã que recobre ao mesmo tempo o desejo e o amor. Antes, o sujeito tinha a "minha mulher" como posse desinteressante e a Outra mulher, "fulana", como busca fugidia. Agora, o sujeito consente que la donna è móbile qual piúma al vento, muta d'accento e de pensier.

No amor se inventa e essa é a condição exigida como suplência da não relação sexual. Conciliar o desejo, o amor e a pulsão em relação a uma mulher não é tarefa fácil, como evoca Ovídio: "não posso viver sem ti, nem contigo". Entretanto, não é missão impossível. O enlace do amor ao desejo mediante a pulsão é obra do encontro, visto que esses elementos reunidos ou disjuntos, mesclados ou puros, transitórios ou duradouros, se amarram segundo a loucura de cada um.





*Texto extraído do link http://www.mulheresdehoje.com.br/texto.asp , referente ao Evento XIX ENCONTRO BRASILEIRO DO CAMPO FREUDIANO Mulheres de hoje: figuras do feminino no discurso analítico.

Pós-Graduação"Clínica psicanalítica na contemporaneidade"- NITERÓI/RJ




O curso de especialização “A clínica psicanalítica na contemporaneidade” busca atender à demanda regional de psicólogos e outros graduados interessados no campo analítico que querem aprofundar-se teórica e clinicamente em sua atividade profissional. Sua matriz curricular, baseada na teoria e na clínica psicanalíticas, engloba não apenas fundamentos teóricos e clínicos presentes nas obras de Sigmund Freud e Jacques Lacan, como também questões atuais de seu exercício nos contextos público e privado.

Público-alvo: Psicólogos e outros graduados interessados no campo analítico.

Coordenação: Simone Ravizinni e Carla Sá Freire

Horário: Sábado, de 8:00 as 17:00 h

Inicio: Maio/2019

Corpo Docente: Simone Ravizinni, Carla Sá Freire, Ana Lucia Garcia, Raymundo Reis, Flavia Bonfim e Elizabeth Araújo.